Foro incorreto: entenda voto de Fux para anular ação contra Bolsonaro
Para ministro, competência é da 1ª instância da Justiça Federal
Radioagência Nacional - Por Sumaia Villela* - editora da Radioagência Nacional
Publicado em 10/09/2025 14:10
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© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Ao votar no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus por golpe de Estado, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), avaliou que a competência para julgar o caso não é da Suprema Corte, mas da primeira instância da Justiça Federal.

"Concluo, assim, pela incompetência absoluta do STF para o julgamento deste processo, na medida em que os denunciados já haviam perdido seus cargos. E, como é sabido, em virtude da incompetência, impõe-se a declaração de nulidade de todos os atos decisórios praticados".

O posicionamento é contrário ao voto do relator do processo, Alexandre de Moraes, e de Flávio Dino. Os dois votaram nessa terça-feira (9). Nesta quarta é a vez de Fux, que já avisou que divergiria tanto em questões preliminares como no mérito, que é o fato dos acusados serem ou não culpados.

Na abertura do voto, Fux afirmou que não cabe à Corte fazer julgamento político, e sim afirmar o que é “constitucional ou inconstitucional, legal ou ilegal”.

Depois de Fux, ainda votam a ministra Cármen Lúcia e o ministro Cristiano Zanin, que são os demais integrantes da Primeira Turma.

Moraes e Dino já votaram para condenar os oito réus pela condenação dos cinco crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR): organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Além de Bolsonaro, são réus o ex-ajudante de ordens dele, tenente- coronel Mauro Cid; os ex-ministros Anderson Torres, da Justiça, general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, generais Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, ambos da Defesa; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem.

O grupo é acusado de comandar uma trama golpista que teria atuado para manter Bolsonaro no poder mesmo com derrota nas eleições de 2022. 

*Com informações da Agência Brasil

Fonte: Radioagência Nacional
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