Mais de 30 mil domicílios dos municípios afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024, vão participar de uma pesquisa inédita do IBGE sobre o evento climático que devastou pelo menos 1/4 do estado. O estudo é experimental e tem o objetivo de entender como as pessoas foram afetadas no momento das enchentes no estado e como está a vida delas um ano depois.

Lançada nesta segunda-feira (15), a pesquisa vai até o dia 19 de dezembro, exclusivamente pelo telefone 21 2142 0123. As pessoas que vão receber a ligação do IBGE nos 133 municípios atingidos pela catástrofe já têm o número cadastrado no Censo Demográfico de 2022.

O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, explicou que o estudo é resultado da participação do instituto na força-tarefa criada pela Presidência da República para ajudar o Rio Grande do Sul após o desastre, o que incluiu a criação do laboratório de inovação do IBGE.

"A entrada dessa pesquisa, a ser realizada a partir de hoje (15) e nos próximos três meses, até o final do mês de dezembro, trazendo elementos, subsídios que visam justamente melhor entender esse fenômeno em relação a suas consequências. E ao mesmo tempo gerar subsídios melhores para que as políticas públicas estejam mais adequados, tendo em vista a mudança do regime climático, uma nova realidade pela qual as informações são cada vez mais fundamentais numa sociedade dirigida por dados".

A secretária de estado de Fazenda do Rio Grande do Sul, Priscila Maria Santana, afirmou que as lembranças das enchentes de 2024 são muito dolorosas, com pelo menos 184 mortos, 21 desaparecidos e quase 100 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas. Ela acredita que esse quadro vai ajudar a avançar na compreensão dos danos sofridos no momento das enchentes, das características socioeconômicas na época da catástrofe e do grau de gravidade vivenciado, além de possibilitar conhecimento do tipo de suporte demandado e recebido.

"Pesquisas como essa do IBGE são essenciais, são vitais. As perguntas que eles vão fazer são perguntas muito simples, mas cujas respostas, que virá do nosso povo, vão ser determinantes. O que nós enfrentamos em 24, a gente vai enfrentar vez ou outra, ainda que uma de uma forma dispersa. Mas a gente precisa estar preparado e a informação, a gestão, tem que estar baseada em dados, u processo decisório tem que estar baseado em dados".

Entre os temas abordados no questionário da pesquisa estão: impactos das enchentes nos domicílios: inundação e acesso, danos físicos, interrupção de fornecimento de água, luz e internet, danos a veículos e/ou perdas de bens de alto valor; Impactos das enchentes nos entornos, bairros e ruas próximas dos domicílios; além de transporte público.